Há 5 mil anos comprar pra pagar depois era
perfeitamente comum, o arqueólogo Jonathan Mark Kenoyer diz que durante a civilização
harappiana a Mesopotâmia e a Harappa usavam tabuletas de barro em suas transações como
um símbolo de crédito. Os anos se passaram e em 1946 o banqueiro
John Biggins lançou o cartão Charg-It que só permitia fazer compras locais e era exclusivo
pra clientes do banco Biggins, foi só quatro anos depois com um quase calote que surgiu
o primeiro cartão de crédito de uso generalizado. Numa noite de 1950 Frank McNamara jantava
no Major’s Cabin Grill quando percebeu que tinha esquecido sua carteira em casa, o dono
do restaurante aceitou que ele pagasse no dia seguinte desde que deixasse sua assinatura
como garantia, isso deu uma ideia a Frank e ele voltou no mesmo lugar alguns meses depois
oferecendo um pequeno cartão de papelão, o Diners Club Card. Em menos de um ano o cartão já era aceito
em 27 restaurantes dos Estados Unidos e em 1951 já tinha 20 mil usuários. Atualmente é quase impossível encontrar
um lugar que não aceita cartão de crédito e não é pra menos, ele é fácil de transportar,
mais seguro que o dinheiro e é o jeito mais prático de pegar um empréstimo, o que parece
uma qualidade incrível, mas pode te fazer pagar muito caro depois, literalmente. Comprar com um cartão de crédito é uma
forma sutil de pegar um empréstimo, o princípio é o mesmo, você tá pegando dinheiro emprestado
pra pagar algo e terá que devolver mais tarde, a diferença é que com o cartão é tudo
muito fácil, não tem toda a burocracia, é basicamente só colocar na maquininha e
digitar a senha, e é aí que mora o perigo. Você começa com uma compra inocente e quando
percebe boa parte do seu salário é destinada só pra fatura do cartão, o que faz com que
você não tenha mais aquele dinheiro pra gastar no resto do mês, e é quando o crédito
aparece de novo como a única saída, é um ciclo sem fim. Então já sabemos que os cartões de crédito
são extremamente sedutores e nos fazem ficar dependentes deles. A pergunta é:
Como eles fazem isso? E porque isso te influencia em um nível psicológico
e vai muito além de simplesmente ter autocontrole? É exatamente o que eu vou te responder nesse
vídeo. Quer aprender inglês pra ganhar em dólar
mas sem pagar longas e caras mensalidades? Confere o primeiro link da descrição. Fala galera, aqui é o Tales do Canal Elementar
e se você é novo por aqui, nós falamos sobre economia , negócios e empreendedorismo,
se você curte esse tipo de conteúdo, ativa o sininho de notificações e considera se
tornar membro, pra nos apoiar a produzir mais vídeos como esse. Hoje a Netflix e a Uber são empresas que
aceitam transações online no débito, mas nem sempre foi assim, há pouco tempo atrás
seu modelo de pagamento era muito parecido com o da maioria de outras plataformas e lojas
online que só aceitam compras no crédito. A rapidez e a segurança são os principais
motivos pelo qual a maioria dos serviços online hoje oferecem o crédito como única
opção de pagamento, mas a questão é que isso incentiva cada vez mais o ato de comprar
pra pagar depois. Segundo um estudo da Associação Brasileira
de Comércio Eletrônico, as vendas online cresceram 68% em 2020, o que significa que
mais pessoas estão comprando com cartões de crédito e se acostumando com isso. Uma pesquisa do opinion box revelou que o
cartão de crédito é o meio de pagamento mais utilizado por brasileiros depois do dinheiro
e isso está diretamente ligado às compras online já que é a modalidade que representa
maior adesão do cartão de crédito em relação a outros meios de pagamento como boleto bancário
e carteiras digitais. Claro que as lojas físicas não ficam muito
atrás disso, 40% das pessoas que compram presencialmente preferem usar cartões de
crédito, enquanto só 22% optam por pagar no débito. Isso pode ser explicado em grande parte pelo
boom dos cartões sem anuidade, como o do Nubank que é um dos mais populares do mercado
e preferido dos brasileiros. Mas Banco Inter, C6 Bank, Neon e outros também
disputam uma fatia desse mercado digital, que foge do modelo tradicional de cobrar taxas
dos clientes. E não é de se estranhar que vemos cada vez
mais empresas se posicionando como se ter cartão de crédito fosse algo sexy. Ta cada vez mais comum ver propagandas no
instagram de empresas que dão crédito pré aprovado sem comprovação de renda. Eles precisam ganhar dinheiro, mas não cobram
taxa e não se importam se você ganha pouco, pode apostar que eles querem que você não
consiga pagar as parcelas. Tudo isso incentiva a compra no crédito e
insere o consumidor num ciclo vicioso que vai acabar com a sua saúde financeira. Imagina o cenário, você tá assistindo um
vídeo no YouTube e na metade dele aparece um anúncio, é a propaganda de alguma loja
divulgando o lançamento de um novo celular, ele é muito mais bonito, com ele você vai
ter mais status, e além de tudo é mais rápido e a bateria dura mais. O seu nem é ruim, mas esse é melhor. A 50 anos atrás seu avô financiaria uma
casa, talvez um carro, mas qualquer outra coisa que ele quisesse que não tivesse dinheiro
ele teria que pedir um empréstimo. Seja no banco, pro sogro dele ou como um adiantamento
no trabalho, independente da situação, ele teria que explicar pra que ele queria aquele
dinheiro, como ele ia pagar de volta e porque ele precisava disso agora, ao invés de esperar
quando tivesse o dinheiro. Com o cartão de crédito os seus problemas
acabaram, ou na verdade eles apenas começaram, não tem mais burocracia, você viu, você
quer, você compra e pronto. Ninguém sabe como você comprou ou pede alguma
satisfação de como você vai pagar, a única pessoa que vai ficar sabendo é o caixa da
loja, e ele não ta nem ai pra você Isso porque segundo o SPC, 52 milhões de
brasileiros usam o cartão de crédito como forma de pagamento e ele só perde pro crediário
quando o assunto é negativação de CPFs, 63% das pessoas que compram com crédito se
endividam por causa disso. É como um ciclo vicioso, você compra quando
não tem dinheiro, depois precisa quitar a fatura e fica sem dinheiro de novo, ai o cartão
aparece pra resolver seus problemas e você começa a achar que é perfeitamente aceitável
comprar um celular que às vezes custa mais caro que o seu salário de um mês inteiro,
ou até mais, porque afinal você nem vai ter que pagar agora mesmo, e pode parcelar
em suaves prestações a perder de vista. É assim que se iniciam as dívidas, você
chega ao ponto de não conseguir pagar a prestação cheia, os juros começam a correr e quando
você se dá conta tá precisando desembolsar muito mais do que devia, as coisas que você
comprou já não são mais novidade e possivelmente ainda vai ter que renegociar a dívida ou
pedir outro empréstimo, pra jogar essa dívida ainda mais pra frente. Agora pode ser que esteja passando pela sua
cabeça que a solução para o problema é simplesmente ter controle e não comprar tudo
o que vê pela frente, o pensamento faz sentido, mas a verdade é que isso é um pouco mais
complicado na prática e eu vou te dizer o porquê. Seja pra comprar um celular novo, um tênis
ou qualquer outra coisa, a cada dia que passa as pessoas se endividam mais e mais com besteiras,
antigamente era comum você financiar uma casa ou um carro, hoje eu vejo um monte de
gente preocupada em não conseguir pagar a fatura que gastou com a geladeira mais cara,
a TV maior, a roupa da moda e por aí vai., claro, o celular
A questão é que quando pagamos com dinheiro ou débito a compra dói mais no bolso, diferente
do crédito que é como se o produto ou serviço tivesse saindo de graça, pelo menos pro nosso
cérebro. Veja bem, quando você paga no dinheiro ou
no débito, você precisa ter aquele dinheiro em conta na hora da compra. Quem nunca olhou quanto dinheiro tinha na
carteira ou o saldo da conta antes de comprar algo em uma loja? Bom, com o cartão de crédito é diferente. Se você já usa o cartão com frequência,
as chances são que você tem crédito o suficiente, e você não tem o compromisso direto de pagar
por aquela compra, já que seu único compromisso vai ser pagar a fatura, que você já paga
todo mês com data fixa, assim como conta de água, luz e outros. Pesquisadores da Carnegie Mellon, Stanford
e MIT chegaram à conclusão de que as pessoas gastam dinheiro até doer, eles perceberam
que duas áreas são ativadas no cérebro quando vamos comprar alguma coisa, uma das
regiões é associada a sensações boas e é ligada ao prazer de ter aquela coisa, enquanto
a outra remete a sentimentos ruins e é ativada imediatamente quando nos deparamos com algo
que achamos caro. O problema é que quando compramos com cartão
de crédito essa segunda região não é ativada e só sobra o prazer da compra. O neuroeconomista George Loewenstein disse
o seguinte: “Os cartões de crédito efetivamente anestesiam a dor de pagar (…) Você passa
o cartão e não parece que está abrindo mão de nada para fazer a compra, ao contrário
de pagar em dinheiro, onde você precisa entregar alguma coisa.”. Outra questão que atrai as pessoas nessa
modalidade de pagamento é o fato de ela encurtar o tempo de espera, você não precisa esperar
até o próximo mês pra comprar um celular novo ou juntar dinheiro por meses pra pagar
a viagem que tanto quer fazer, com um cartão em mãos tudo acontece mais rápido, mesmo
que você tenha que arcar com as consequências depois. Quem nunca ouviu alguém dizer “Depois eu
me viro pra pagar”? No livro “Identidade” o filósofo Zygmunt
Bauman fala claramente sobre como os indivíduos da modernidade líquida não estão acostumados
com a espera, segundo ele nós fomos criados numa “sociedade de cartões de crédito
que eliminam a distância entre a espera e o desejo”. Por isso as pessoas muitas vezes preferem
comprar uma televisão em 12 vezes do que juntar o dinheiro durante um ano pra fazer
a compra, o cartão de crédito parece inofensivo, mas te faz pensar que está pagando mais barato
por algo, quando na verdade pode sair muito mais caro e afetar diretamente sua vida financeira,
principalmente se você perder o controle das coisas e precisar arcar com juros altos. O imediatismo atinge adultos da mesma maneira
que uma criança na fila do caixa do supermercado, pedindo um daqueles doces ou salgadinhos posicionados
justamente no momento crucial onde você fica parado esperando a fila. Eles querem, e querem agora. Eu te desafio a quando querer algo que você
normalmente pagaria no crédito, juntar o dinheiro pra comprar a vista, eu aposto que
a maioria das coisas você nem vai querer mais, era só mais uma das muitas compras
por impulso, de algo que você nem estava precisando. O crédito cria uma falsa sensação de segurança,
ele está sempre lá pra te salvar, e isso faz com que você nunca tenha uma reserva
de emergência, então quando o seu carro precisar ir pro mecânico ou o seu cachorro
precisa ir pro veterinário, você vai correr direto pro cartão, onde a dívida só cresce
a cada dia, até chegar a um ponto no qual você não consegue mais pagar as faturas,
começa a atrasar outras contas, como água e luz, e os juros começam a destruir o seu
suado salário. E aqui está o verdadeiro motivo por trás
disso.. As empresas de cartão querem te ver endividado,
as lojas querem que você compre por impulso e compre mais. Você nunca se perguntou por que a gasolina
sai mais barata se você comprar pelo aplicativo? Ou porque grandes lojas oferecem cartões
de crédito com cashback e descontos que só valem em compras pelo app? As compras do dia-a-dia você já tá fazendo
sem nem colocar senha mais, já ta se acostumando com o pix, logo logo os sites começam a eliminar
as compras por boleto, afinal, pra quem vende online nada pior que o cliente que gera o
boleto e tem mais um ou dos dias de prazo pra pensar se quer mesmo comprar aquilo. Até o Pix deve ganhar uma versão voltada
pro crédito no futuro já que o Banco Central tá planejando a implementação do Pix Garantido,
que oferece a possibilidade de pagar depois e parcelar compras, de acordo com o Money
Times a ideia é que o lançamento aconteça ainda no primeiro semestre de 2022. No fim, a verdade é que todas essas tecnologias
só fazem desburocratizar ainda mais o empréstimo, facilitando seu endividamento, comprando coisas
que você não precisa e que te enganam ao fazer parecer que tá fazendo um bom negócio.
-Tales na Tela- Foi-se o tempo que as coisas eram baratas,
que o dolar era 2 reais e os eletrônicos eram acessíveis, o carro zero custava 20
e poucos mil reais e o tanque de gasolina não custava os olhos da cara. Comprar as coisas em prestações se tornou
comum, pagar fatura virou algo tão certo como a conta de água e luz na maioria das
famílias. Essa é a realidade que a gente vive, em um
país com uma moeda que não vale nada, e que tudo que presta tem que ser importado,
que além da cotação do dolar ainda tem que pagar as salgadas taxas de importação. A única maneira de se proteger disso é justamente
ganhando em dolar, seja morando aqui e trabalhando no exterior ou simplesmente saindo do Brasil. Mas pra isso tem que saber falar inglês,
que no Brasil nem 5% da população domina. Eu sempre enfatizo aqui, sem falar inglês
esse canal aqui não existiria, o que não permitira viver disso e nem o pequeno time
de pessoas que hoje trabalham comigo. Então se você quer construir algo grande
na tua vida, começa aprendendo a falar inglês e pra isso eu vou deixar aqui na descrição
um curso de inglês que eu te recomendo, pra fazer online, que não te enrola por anos
cobrando taxa de matrícula e mensalidades caras. Pra conferir é só descer aqui na descrição
e acessar no primeiro link. Comenta aqui em baixo, você já se ferrou
por causa de cartão de crédito? E ainda, qual suado foi sair dessa? Comenta aqui que eu quero saber. Aproveita e compartilha esse vídeo com algum
amigo que virou escravo do cartão de crédito e ta sempre zerado de grana. Me segue lá no Instagram em @canal.elementar. Aqui na tela tem dois outros vídeos, escolhe
um deles que eu te vejo lá em alguns segundos, por esse vídeo é isso, um grande abraço
e até mais.